Muitas vezes, desesperados por atingir uma perfeição que nem sempre está ao nosso alcance,perdemo-nos lutando contra “gigantes adamastores “ e vemos o nosso tempo perder-se com o amargo da frustração de termos ficado “ a meio do caminho…”.
Casualmente, descobri este poema tão simples…que na sua simplicidade diz tudo. Quis “documentá-lo” com esta nossa tão antiga e nostálgica “velha ponte”.
Só espero que a sua autora ( que desconheço) me perdoe a ousadia de o “usurpar” e trazer a este espaço. Porque..."todos sentados esperamos..."
A PONTE VELHA….
Entre mim e ti há uma ponte velha
Que o rio partiu num inverno cheio
Faltam mil traves para ligar as margens
Onde eu e tu sentados esperamos
Entre mim e ti há nevoeiros grossos
Que sobem do mar quando a noite vem
Faltam mil sóis para iluminar as margens
Onde eu e tu sentados esperamos
Entre mim e ti há águas profundas
Escondidas dos homens mais longe a pescar
Faltam mil barcos para alcançar as margens
Onde eu e tu sentados esperamos
Luisa Soares e Silva (ecosdotempo.blogs.sapo.pt)