sexta-feira, 20 de julho de 2012
VAI,MOLEIRO!...
Ó moleiro vizinho
se vais pela estrada norte
leva um bilhete escrito
e dá a Dalila,
para que não me espere
como é seu hábito
no fontanário do fim do dia...
Se no caminho dos teus passos
cruzares com Mavilde,
diz-lhe que morri ontem
com nove facadas no olhar
pela mão de um furacão rancoroso,
por amar-lhe a mãe viúva e moça...
Se na taberna fizeres pausa
diz a Luisinha pela surrapa,
que amanhã me deito com ela
no feno do costume,
que vá bela a catraia...
Se não vires ninguém,
deixa pr'a lá e arriba a vida
no entretanto da viagem,
que agora para sul me vou
fugaz mas volto
à hora dos meus amores
José António Antunes (Luso Poemas)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário